Rádio, TV, Vídeo e Educação
No
primeiro dia do seminário nossas discussões em volta da TV, Vídeo
e Educação, e logo depois Rádio e Educação, trouxeram-nos fatos
relevantes, nostálgicos e importantes na nossa infância e sobre
tudo na nossa vida adulta. A propagação da TV em nosso país quase
com a totalidade dos lares tendo pelo menos um aparelho, mostra de
fato a força da mídia televisiva no Brasil. Não preso somente ao
aparelho físico, mas aos veículos que transmitem nela: interesses,
informação, entretenimento, medo, poder e etc.
Na
busca por lares e audiência, as emissoras na década de 90 por
exemplo, demarcavam a sua programação com desenhos animados para as
crianças pela manhã, jornais, filmes e novelas a tarde e por fim
novelas, filmes e jornais a noite, basicamente, inserindo aí um ou
outro programa de cunho fabril da própria empresa. Havia emissoras
concorrentes de verdade em busca de público e diferenciando sua
programação da "concorrente líder", em favor de
conquistar ao menos por instantes o primeiro lugar, isto aconteceu
com extinta rede Manchete, hoje Rede TV!, SBT e Record há alguns
anos atrás, porém, nem tudo são flores: a escolha de políticos,
forma de governo e também um povo cada vez mais depende e crédulo
inquestionável TV, principalmente do Jornal Nacional da Rede Globo,
que até hoje traz absolutismo na cabeça de muitos, como jornal
verdadeiro, sério, imparcial e o melhor entre todos os televisivos.
Já
nas escolas infelizmente era apenas o aparelho de TV, engessado
naquele móvel, sala ou grades feitas sobre medidas para colocá-lo,
junto muitas vezes ao vídeo cassete e posteriormente DVD. O mundo
televisivo não fazia parte da educação pública, a não ser quando
tínhamos que encenar um jornal da televisão ou programa infantil, o
que vinha em mente? Jornal Nacional e o Programa da Xuxa que eram
soberanos na década de 90. Hoje o primeiro citado, ainda tem seu
prestígio no sentido de muitos que o contemplam, mas a programação
infantil da empresa ainda "líder", foi extinta, mas o
alcance dela está presente em todos Estados brasileiros e cidades
mais remotas, inclusive com o modelo de TV digital adotado pelo
Brasil, com manobras do setor para inserir pessoas ligadas a mídia
televisa e manipular de forma que a TV digital adotada, só inclua
imagem e som de qualidade, interatividade, diversidade da informação,
criação de vários canais e uma maior regionalização dos
conteúdos, continuam na utopia do bem querer ou da esperança.
O
rádio por sua vez, teve um outro viés muito mais interessante,
diversificado, informativo e atrativo. Sua concepção na cidade do
Rio de Janeiro e posteriormente se propagando por todo país, sem o
monopólio de uma emissora ditando regras usos e costumes, tendo em
si participação ativa popular e a sua regionalização como
característica base, faz do rádio um veículo de comunicação
sempre atual e diversificado com a cara do lugar onde está
instalado, falando a língua da população.
As
locuções esportivas, novelas e alguns outros programas de rádios,
foram a base dos programas de TV logo em seu início, como na extinta
TV Tupi, por exemplo. Muitos até acreditavam que o rádio ia morrer
com a criação da mídia televisa, pelo contrário, o mesmo é tão
moderno e atual que temos as rádios Web e Podcasts da vida. É
evidente que a rádio analógica está presente em nossos lares,
sabemos também que muitos e principalmente a geração atual não
contempla tanto a rádio analógica, há pelo menos a ideia do que
seja e de como é ainda hoje, não é algo velho e ultrapassado.
Nas
escolas brasileiras públicas não é decerto que todas a tenham
presente, mas temos diversos relatos da presença da rádio de forma
muitas vezes não ideal e também seletiva mas que propagavam um som
de liberdade na medida do possível, da construção dos alunos e
muitas vezes só músicas infelizmente, mas tinha informação. O
triste, era apenas o não oportunizar para todos, mas podíamos criar
e descobrir este mundo que não era FM e nem AM, contudo, era o mundo
analógico do rádio.
Pois é, o rádio e a TV estão presentes na sociedade brasileira há muitos anos, mas a escola ainda não incorporou essas mídias, nem como espaço de análise e discussão das linguagens, dos interesses e das relações de poder que atravessam os principais grupos detentores do espectro radioelétrico, nem como potencialidade de criação e produção de conteúdo, o que agregaria a perspectiva autoral e colaborativa às práticas pedagógicas. Agora, com o digital, essas produções se tornam muito simples e fáceis de serem implementadas, mas ainda assim estamos muito longe de que isso se torna uma realidade.
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