Impressos, Internet e Educação



      


      No seminário segunda parte, impressos e internet ambos aliados a educação, ditaram as regras de entretenimento, debate e informação sobre tudo. No curioso mundo de início dos impressos: há a perspectiva da digitalização, na empregabilidade da educação. No viés internet: o desprover tecnológico brasileiro seja de vontade do Estado principalmente ou da absorção de empresas brasileiras e também da internet nas escolas públicas brasileiras como recurso e não como tema. 
          A origem dos impressos foi interessante na perspectiva histórica, passando dos egípcios com seus hieróglifos, até a máquina de prensa de Gutemberg, com aquela complexa quantidade de letras em metal e diferentes tamanhos e formas, a padronização das palavras para que se fizesse jus a criação de livros, agora não apenas escritos à mão, mas impressos, graças a invenção da imprensa por Gutemberg. A criação do dicionário nesta época proporcionou a padronização e consequente fazendo aos que já escreviam e os que viriam a aprender a ler e escrever, tivesse o significado e a forma correta de escrita, pois nesta época, cada um falava e escrevia da forma que queria. Neste período, também surgiu o jornal impresso, demandando capas chamativas, atraentes e apelativas muitas vezes, era o meio de informação naquele momento. 
       A Bíblia como primeiro livro impresso por exemplo, desmistificou a concepção que só sacerdotes poderiam interpretá-la e consequente disseminou o conhecimento. A tal ponto que surgiu o protestantismo que bateu diferente com o poderio hegemônico da igreja católica na época. Ainda neste viés houve a diversificação de pensamento, porque vários estudiosos poderiam escrever livros e no futuro adotar livros para educação básica por exemplo.
A concepção que temos hoje sobre o livro didático, o livro digital e diversos formatos textos se devem ao desbravar do conhecimento deste passado histórico, a disseminação de livros e impressos nos trouxe compartilhamento do conhecimento e criações novas tecnologias, mesmo alguns tomando para si o conhecimento como lógica de mercado e poder, mas agora podemos criar, disponibilizar, comercializar ou não o nosso aprender através das mídias digitais, sem precisar destes intermediários mercantis.
A concepção da internet nos anos 60, nos EUA, a princípio como forma de comunicação apenas militar, depois usada por cientistas e universidades ao ponto de começar a ser compartilhada por todos no mundo. No Brasil as Universidades no Rio de Janeiro e São Paulo foram as pioneiras, depois disseminou esta tecnologia pelo país que ainda hoje não em sua totalidade infelizmente, estão nos lares dos brasileiros. A verdade está no fato da vontade política em nosso país, com a entrega de nossas riquezas e mão de obra a preço baixíssimo comparado as necessidades brasileiras e a realidade dos melhores mercados internacionais. As multinacionais estrangeiras, que exploram o nosso país com isenção de impostos por pelo menos 10 anos, de tal forma que não absorvamos ou passemos a produzir tecnologia, tão somente a montar o que já vem pré-definido e quando temos a oportunidade e esboçarmos a vontade de fazer e começar a construir um arcabouço tecnológico, temos nossas empresas vendidas seja pela concorrência desleal, dar-se, ao não subsídio e incentivos fiscais as empresas nacionais ou também, porque permitimos a absorção das nossas pelas maiores, como por exemplo a absorção da empresa de veículos automotivos Troller fundada e opera lizada no estado do Ceará, a alguns anos atrás pela norte americana Ford. Acarreta-se neste processo a falta de qualidade em vários serviços, na área de banda larga estima-se que 67% dos lares brasileiros tenham acesso à internet em 2017, mas a má qualidade do mesmo e uma fiscalização e consequentemente, punição a quem dá necessária, deixam consumidores a mercê dos demando das empresas prestadoras. No cunho escolar público o cenário não muda, a má vontade dos governantes junto a má qualidade do fornecimento de banda larga e ao despreparo dos professores por não serem assistidos por uma capacitação de qualidade, isto quando há capacitação, alunos também sem preparo neste sentido, pois o governo não dá alicerce a eles, aparelhos de informática muitas vezes de má qualidade ou ultrapassados, e pôr fim ao conceito errôneo de internet como uma ferramenta e não como uma aliada do conhecimento, fazem-nos andar cada vez mais para trás.
As políticas advindas do ministério da educação em uma não adoção de editoras locais para criação e distribuição de livros didáticos, acarretando apenas dois polos centrais (Rio de Janeiro e São Paulo) com este fazer, para todo país, sendo o Brasil um país continente, ocasionando demora e má qualidade de conteúdo devido as diferenças sócio, econômicas e culturais de cada região. Deixando na mão das grandes editoras todo conteúdo didático de maior parte dos estudantes do país, empobrecendo o conhecimento e não adotando livros e conteúdo de código aberto e licenças que permitam continuamente a atualização dos mesmos, diminuindo assim custos e deixando os estudantes sempre atualizados do que realmente acontece no mundo, e que venham ser também criadores de conteúdo, não só consumidores, principalmente de informações velhas e ultrapassadas.
O Brasil como um todo sempre houve e há um grande potencial e vontade de produzir, porém vontade e alicerce por quem dirige precisa ter. Estar nas mãos dos outros sempre é muito ruim, já evoluímos um pouco, mas precisamos de muito mais, podemos ser uma potência do saber, não queremos coagir, queremos apenas poder crescer.


Comentários

  1. Pois é, a carência de políticas públicas consistentes, especialmente na área da educação, mas não só, já que os desmandos em outras áreas afetam a educação, tem acarretado este lamentável quadro que vc descreve. Isso é reflexo do fato de a educação nunca ter sido considerada como área prioritária, daí que qualquer coisa serve para a educação. Se nos últimos anos, com os significativos avanços que tivemos na conquista de direitos, o quadro já era lamentável, de dois anos para cá, a partir do governo Temer, ficou muito pior, e o que se desenha para os próximos anos é ainda pior. Ou seja, teremos anos de retrocesso, e não será fácil sair do buraco em que estaremos atolados...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Concordo plenamente, e acredito que com a entrada do tio Bozo no poder, o retrocesso e a não liberdade de expressão será uma realidade, exemplo disso é a tendência da "escola sem partido" e o forte militarismo como poder superior. Tudo indica que a educação será banalizada e marginalizada de uma forma... Me preocupo bastante com isso, como um futuro licenciado, sinto medo.

      Excluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas